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Projeto Terapêutico

A Clínica OASIS oferece um plano de atendimento visando a problemática do consumo de substâncias psicoativas, para as acolhidas e familiares da instituição. Pautado numa modalidade de comunidade terapêutica nosso projeto possui a finalidade de viabilizar uma maneira segura e eficiente de reabilitação psicossocial. Para tanto se propõe abordagens diretivas, personalizadas e humanizadas de tratamento, pensados na individualidade de cada residente.
A metodologia utilizada é atual e atua nas diversas áreas do conhecimento científico para o alcance de metas e objetivos terapêuticos. Portanto, a forma de avaliação se pauta em programas, ou fases, onde se é possível identificar o progresso das residentes.

Fases do Projeto

Fase 1: Adaptação

Objetivo: Procurar fazer com que as residentes recém-chegadas na Clínica Oásis se sintam acolhidas.
 

Tempo estimado do programa: duas semanas.

 

Requisitos para cumprir o programa Adaptação e avançar ao programa 2:

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  • Pedir auxílio para receber orientação quando apresentar dúvidas gerais;

  • Estar minimamente disposta a participar das atividades que a clínica oferece;

  • Entender que poderá receber telefonemas a partir de 14 dias a contar da data da internação;

  • Ter ao menos 50% de presença nas reuniões de espiritualidade, de partilha de sentimentos e terapêuticas;

  • Receber o trabalho grafoterápico intitulado “Minha Vida”.

Fase 2: Motivação

Objetivo: Procurar conduzir a residente ao reconhecimento da origem de seus problemas atuais. 
Tempo estimado do programa: 2 meses.

Requisitos para cumprir o programa Reconhecimento e avançar para a fase 4:

– Apresentar e receber avaliação satisfatória para os trabalhos grafoterápicos “Sou Um Adicto”, Primeiro Passo A, B ou C, Segundo Passo A, B ou C, Terceiro Passo A, B ou C;
– Identificar perda de controle na vida ocasionada pelo consumo de substâncias psicoativas;
– Compreender que o consumo de substâncias é responsável por grande parte de seus problemas recentes e atuais;
– Apresentar disposição para mudanças;
– Ter mais de 90% de presença nas reuniões oferecidas pela Clínica Oásis, principalmente as terapêuticas;
– Manter uma relação relativamente harmônica com sua família ou entes queridos nos telefonemas e visitas;

Fase 3: Reconhecimento

Objetivo: Procurar fazer com que as residentes recém-chegadas na Clínica Oásis se sintam acolhidas.
 

Tempo estimado do programa: duas semanas.

 

Requisitos para cumprir o programa Adaptação e avançar ao programa 2:

​

  • Pedir auxílio para receber orientação quando apresentar dúvidas gerais;

  • Estar minimamente disposta a participar das atividades que a clínica oferece;

  • Entender que poderá receber telefonemas a partir de 14 dias a contar da data da internação;

  • Ter ao menos 50% de presença nas reuniões de espiritualidade, de partilha de sentimentos e terapêuticas;

  • Receber o trabalho grafoterápico intitulado “Minha Vida”.

Fase 4: Aprofundamento

Objetivo: identificar a presença da disposição para mudanças em seu estilo de vida e valorizar o autoconhecimento.
 

Tempo estimado do programa: 45 dias. 

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Requisitos para cumprir o programa Aprofundamento e avançar para a fase 5:

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  • Apresentar e receber avaliação satisfatória nos trabalhos grafoterápicos Quarto Passo A ou B;

  • Iniciar e concluir a escrita do Passo Quatro;

  • Demonstrar familiaridade com a linguagem dos 12 Passos;

  • Conhecer um grupo de mútua ajuda;

  • Realizar uma saída pontual bem sucedida, talvez acompanhada;

  • Ter mais de 90% de presença nas reuniões oferecidas pela Clínica Oásis, principalmente as terapêuticas;

  • Realizar o Quinto Passo.

Fase 5: Projeção

Objetivo: iniciar o processo de retorno à sociedade e convivência familiar.


Tempo estimado do programa: 1 mês.

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Requisitos para cumprir o programa Projeção e receber alta terapêutica:

 

  • Iniciar saídas de ressocialização;

  • Identificar situações de risco específicas;

  • Tratar questões emocionais mal resolvidas em sua vida;

  • Habituar-se ao “pedido de ajuda”;

  • Identificar gatilhos para o consumo;

  • Conhecer um pouco sobre as teorias da Prevenção da Recaída;

  • Apresentar bom conhecimento sobre os 12 Passos;

  • Frequentar grupos anônimos nas saídas de ressocialização;

  • Elaborar Projeto de Vida; (vide anexo 3)

  • Estabelecer metas na área profissional e estudantil;

  • Treinar habilidades sociais como: assertividade, comunicação efetiva, fazer e receber críticas, capacidade de dizer e ouvir “não”, lidar com emoções negativas;

  • Aprender a controlar impulsos.

Sanções e Medidas Educativas

A Clínica Oásis, por sua natureza de comunidade terapêutica, é um centro de aprendizagem e ressocialização. Não é um hospital, mas pode ser equiparada. Não é uma escola, mas também pode ser equiparada. Portanto, deveres e direitos de todos seus integrantes devem ser preservados. Primamos por respeito, compromisso e responsabilidade nas atitudes dos profissionais da equipe multidisciplinar e residentes, consistindo numa relação horizontal entre “médico-paciente”.

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As normas e regras existem, como em sociedade, para manter um ambiente saudável dentro da instituição.

 

Conforme explicado anteriormente o Projeto Terapêutico Institucional prevê a evolução gradual das acolhidas no período da internação. No entanto, alguns comportamentos inadequados surgem e merecem atenção, pois interferem no progresso terapêutico. Muitos destes são considerados como um prelúdio para recaídas e evidenciam a dificuldade de adesão no tratamento. Ou seja: o avanço semanal no Projeto, previsto nas fases do programa, podem cessar e até sofrer retrocesso.

 

Sendo esses comportamentos:

  • Não apresentar o trabalho grafoterápico da semana sem justificativa plausível: perde a semana (não avança);

  • Apresentar trabalhos grafoterápicos empobrecidos de conteúdo: pode perder a semana;

  • Troca de cigarros, por qualquer motivo, ou de pertences entre residentes ou equipe: perde a semana;

  • Entrar na recepção, cozinha, enfermaria, sala de atendimento psicológico, ADM e no quarto alheio sem autorização: perde a semana;

  • Uso de isqueiros ou outro objeto que ofereça algum tipo de risco: retrocede uma (1) semana;

  • Agressão verbal ou atitude de grave falta de respeito: retrocede duas (2) semanas;

  • Práticas religiosas que envolvam rituais: retrocede uma (1) semana;

  • Tentativas de suborno ou assédio: retrocede duas (2) semanas;

  • Prestar serviços extras não autorizados, caracterizado e comprovado, de qualquer natureza, gerando cobranças as residentes, famílias ou terceiros: retrocede três (3) semanas;

  • Furtos comprovados: retrocede quatro (4) semanas e poderá ter 5 minutos a menos no telefonema;

  • Prática sexual dentro da instituição: retrocede quatro (4) semanas e poderá ter 5 minutos a menos no telefonema;

  • Utilização de telefone celular sem permissão: retrocede quatro (4) semanas e poderá ter 5 minutos a menos no telefonema;

  • Convidar pessoas não autorizadas para dentro da instituição: retrocede cinco (5) semanas, poderá ter 5 minutos a menos no telefonema e chamada de vídeo;

  • Agressão física a outra acolhida e/ou equipe multiprofissional: retrocede oito (8) semanas, poderá perder 5 minutos a menos no telefonema, na chamada de vídeo e ainda ter a visita adiada por alguns dias;

  • Uso de substâncias psicoativas dentro da instituição: retrocede de dez (10) a doze (12) semanas, poderá perder 5 minutos a menos no telefonema, na chamada de vídeo e ainda ter a visita adiada por alguns dias;

 

Observação: em muitas destas ocasiões citadas acima procuramos entender os motivos por detrás dos comportamentos inadequados. Após análise, diversas medidas podem ser tomadas visando a reeducação social. Podemos realizar intervenção familiar, aplicar técnicas terapêuticas e outras.

O Manejo de Contingência

Nas últimas décadas uma nova técnica de tratamento, chamada Manejo de Contingência, vem sendo aplicada com enorme sucesso. Importantes estudos com esta técnica apresentam um rigor metodológico e apresentam os melhores resultados nos quesitos: adesão ao tratamento e manutenção da recuperação.

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O Manejo de Contingência tem sua origem na Psicologia Comportamental. É um programa que prioriza, por meio da manipulação de significativas variáveis, modificar um comportamento através de estímulos. O indivíduo submetido a esta abordagem consegue se esforçar para modificar um comportamento, e mantê-lo, por suas recompensas. Procura-se com estas técnicas reforçar os “bons” comportamentos e, secundariamente, levar os comportamentos “ruins” à extinção.   

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O presente Projeto oferece uma maneira de atingir modificações comportamentais, que recebe o nome de Economia de Fichas. Elencamos 9 itens como forma de estimular as mudanças. Estes itens serão avaliados diariamente. São eles: 1- dormitório organizado e limpo; 2- disciplina; 3- pontualidade; 4- laborterapia; 5- presença na espiritualidade; 6- participação na educação física; 7- presença nas reuniões terapêuticas; 8- educação e; 9- interesse ao tratamento.

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As acolhidas receberão fichas que poderão ser trocadas por: sorvete, passeios, saídas, telefonemas etc. Poderão ganhar uma, duas ou três fichas por semana, ou então não ganhar nenhuma.

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  • Ganhar um suco ou um refrigerante da cantina: 5 fichas;

  • Escolher um filme de sua preferência no Cine Oásis: 6 fichas;

  • Ganhar um sorvete ou chocolates da cantina: 7 fichas;

  • Aumentar 10 minutos no telefonema de quarta ou quinta-feira: 10 fichas;

  • Aumentar 10 minutos na chamada de vídeo do atendimento psicológico: 11 fichas;

  • Pedir uma refeição no sistema delivery (pizza, lanche etc.): 12 fichas;

  • Manicure Free: fazer unhas dos pés e mãos: 14 fichas;

  • Ida ao mercado (acompanhada): 15 fichas;

  • Assistir uma reunião de Narcóticos ou Alcoólicos Anônimos: 16 fichas;

  • Receber uma visita familiar a mais no mês: 17 fichas;

  • Saída premium: passeio no shopping, restaurante, parques, teatro, cinema etc.): 19 fichas; 

  • Avançar uma semana no Projeto: 22 fichas;

  • Avançar duas semanas no Projeto: 40 fichas.

Ressocialização

O processo de retorno gradual da acolhida ao seu ambiente sociofamiliar recebe o nome de “ressocialização”. As saídas de ressocialização consistem em visitas à sua própria moradia durante o período de internação. Estão previstas duas ou mais saídas até a conclusão da fase 5 (Projeção) e consequente Alta Terapêutica, que é um dos objetivos do Projeto Terapêutico Institucional.

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O critério para as saídas são:

  1. Estar na fase 5 do Projeto;

  2. Ter apresentado o trabalho de autobiografia, também conhecido como Passo Quatro e

  3. Ter ciência de que as saídas possuem finalidade terapêutica e não somente de recreação.

 

Portanto, as acolhidas recebem a orientação para assistirem, ao menos, uma reunião de grupos anônimos enquanto estiverem em casa: Alcoólicos, Narcóticos ou Neuróticos Anônimos. As saídas poderão ser da seguinte maneira:

 

Primeira saída: sexta-feira, sábado e domingo (3 dias);
Segunda saída: de quinta a terça-feira (5 dias);
Terceira Saída: de terça a terça-feira (7 dias);
Demais saídas: de terça a terça-feira (7 dias).

As saídas de ressocialização são fundamentais para que se tenha uma avaliação satisfatória e concreta da evolução terapêutica, pois, é por meio delas que podem ser evidenciados cuidados ainda necessários, ou seja: melhoras comportamentais. Esta é a importância das saídas.

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Observação: as saídas de ressocialização poderão sofrer alterações por motivos terapêuticos ou de qualquer outra ordem, como por exemplo, distância geográfica. 

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